O que fazer quando tudo o que se tem na vida é 50% de chance de viver?
50/50 conta história de Adam (Joseph Gordon-Levitt) que não bebia, não fumava e não transava (há três meses). Tinha uma vida saudável e não dirigia porque acreditava ser uma prática insegura – as estatísticas confirmavam. Como disse seu amigo Kyle (Seth Rogen), era um velho de 85 anos em boa forma… Mas ele só possuía 27. Descobriu que tinha câncer.
Adam não tinha uma vida ruim, tinha uma namorada bonita, um amigo alto astral e uma mãe redundantemente sufocante (Angelica Houston). É óbvio dizer que a partir da descoberta do câncer sua vida mudou. Quando descobriu o câncer, descobriu também que sua namorada o traiu, que a preocupação excessiva de sua mãe não era tão sufocante assim e que seu amigo era mesmo seu amigo (Ah! Dirigiu também). E pôde perceber tudo isso não só através das próprias ironias da vida, contou também com a ajuda da terapeuta Katherine (Anna Kendrick) por quem se apaixonou.
Vendo a sinopse, o filme não parece ter nada de extraordinário a oferecer; e não tem mesmo. Este é o ponto alto (altíssimo) do filme. O roteiro muito bem dirigido conseguiu captar a simplicidade dos percalços da vida de maneira singular. É um filme agradável, os personagens são ótimos e, jamais, ele força a barra para te fazer chorar, embora trate de um tema que o cinema oportunista usaria as lágrimas da massa para arrecadar bilheteria.
Recomendo urgentemente para quem ainda não assistiu. É um filme que te dá oportunidade de marejar os olhos e soltar boas risadas espontaneamente. Aliás, espontaneidade é a palavra-chave desse filme. Bom roteiro, boa direção e boas atuações. Um drama-comédia que foge dos clichês cinematográficos, mas confirma um clichê da vida: parece mesmo que há males que vêm para o bem.
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Ezequiel Fernandes